Antes demais deixem-me dizer isto: Salazar foi considerado o Maior Português de sempre! Não, não é mentira! Não, não é brincadeira! Não, não é ridículo....é triste!
Ao contrário do que o meu co-autor disse, Abril de 74 não foi um erro. O pós 25 de Abril pode ter sido um dos períodos mais conturbados da história Portuguesa sem dúvida com grande instabilidade e tensões políticas entre esquerda e a ‘menos esquerda’ (entenda-se que naquela altura infelizmente quem não era de esquerda era ‘esfolado vivo’ pelos tais Stalinistas que apregoavam novas esperanças vindas do Leste) mas alguém me diga qual é o País que é (re)construído sem qualquer tipo de problema?
Abril de 74 foi uma das maiores vitórias deste Portugal em que vivemos, não fosse ele uma das razões pela qual, como o meu co-autor disse e muito bem, estar ele a celebrar a sua liberdade de expressão neste espaço LIVRE!
No entanto parece que certas pessoas gostariam (e com todo o direito a ter a sua opinião) de viver num tempo em que os filhos e alunos não batiam nos pais e nos professores (porque era costume controlar os filhos e alunos através dos tradicionais espancamentos), em que não havia insegurança na rua (porque os métodos de penalização judicial aos criminosos eram tão duros e tão profundos que toda a gente preferia continuar nas condições sociais que os levariam a cometer esses crimes ao invés de enfrentar o menu de métodos de opressão da força policial), sem instabilidade nas Economias e Finanças (através do método do “desde que não gaste terei sempre dinheiro” muito característico de Salazar) e em que a opressão social era uma realidade bem capaz de prender pessoas por falar, por ter opinião e exprimi-la, em que a existência de um claro atraso no desenvolvimento em todos os campos e sectores do País fizessem-no ser considerado como um retrógado país de aldeias brancas e trabalhadores rurais, em que participação política do Povo era uma farsa, e em tantas outras coisas que pela Saúde mental de qualquer leitor eu não vou enunciar.
Entenda-se: eu quero um pais em que os filhos e alunos não batam em pais e professores; eu quero um país em que haja estabilidade e crescimento na Economia e nas Finanças; eu quero um país em que haja segurança nas ruas. No entanto não quero de maneira nenhuma que tais problemas sejam resolvidos à velha maneira do “umas pancadinhas e isto funciona logo”, à velha maneira do “dá lhe uns estabefes que ele cala-se logo”. A opressão é o método idiota e mais laissez-faire de resolver as coisas: em vez de tentar perceber qual a razão dos problemas e resolvê-la, não, vão sempre cortando e cortando para que a erva daninha cresça cada vez com mais força, esquecendo-se de que ervas daninhas só se extinguem quando se arrancam pela raiz.
Se a força, a repressão e a opressão são actividades que se querem num País então deixem-me dizer que é devido à não existência dessas características no nosso Regime que hoje podemos ter o bem-estar social que antes desse ‘erro trágico’ era apenas imaginado pela sonhadora juventude no meio dos espancamentos dos pais que, com um sorriso, achavam-se detentores do verdadeiro método de endireitar o pepino. Gostava apenas que tivessem vivido nessa época para ver se a recordavam com essa tal ‘saudade’ de que falam.
[Continua]