Quarta-feira, 23 de Setembro de 2009

Cavaco POPPOC (Puxa-lhe O Pé Para O Chinelo [Liguangem MEC])

 
Tenho para mim que ao Doutor Cavaco puxa-lhe o pé para a chinela. Isto podia ser uma anedota. Por exemplo: se Portugal tivesse tido o acidente de eleger o dr. Louçã Presidente da República, então, caso este fizesse a actuação que Cavaco está a fazer, seria anedótico. Era motivo de gargalhada geral, como o são aqueles amadores que se mandam para garraiadas e fazem figura saloia em frente ao toiro.
 
Acontece, porém, que do Doutor Cavaco não se espera o mesmo que do dr. Louçã – pelo menos eu esperava muito mais do primeiro que do segundo, do qual, aliás, não espero nada de benigno – e por isso custa assimilar os acontecimentos da última semana. Por três vezes, Cavaco Silva vem falar aos jornalistas e afirma e reafirma que não falará do assunto das escutas antes das eleições para não interferir na campanha eleitoral. Mas o mesmo que se recusa interferir por palavras na campanha eleitoral, premeditadamente ou não, através da sua acção veio provocar estilhaços maiores do que qualquer palavra sua provocaria.
 
Pois que se o Doutor Cavaco queria ausentar-se da campanha, já tinha idade para perceber que “ausentar-se da campanha” incluiria palavras e acções, ou não-palavras e não-acções. Mas esta demissão do seu assessor de imprensa veio levantar a suspeita de que este, envolvido com o PSD, encomendou o caso das escutas ao jornal Público. Ora, Cavaco não fala; Manuela Ferreira Leite é bem melhor que não fale; e os portugueses vão às urnas com esta suspeita infiltrada na tinta da esferográfica que pousarão no boletim de voto.
 
Prejudicará alguém? Não senhora! Agora percebo o que Cavaco quis dizer com “entregarei o meu cartão de militante do PSD na sede do partido” quando ganhou as eleições. E parece que quis dizer “levantarei o meu cartão de militante do PS na sede do partido”.
Sexta-feira, 19 de Junho de 2009

O duelo entre Sócrates e Ferreira Leite, arbitrado por Cavaco Silva, nun ringue perto de si

Está aberta nova guerra entre os principais partidos em Portugal. PSD defende que as eleições Legislativas e Autárquicas devem ser realizadas no mesmo dia, por seu turno, o PS defende datas separadas, sendo certo que as Autárquicas, que dependem de José Sócrates, em Outubro, depois das Legislativas em Agosto ou Setembro.

 

Não me é difícil perceber tal diferendo. É que, como bem sabemos, o PSD é o partido dominante nas autarquias em Portugal – é – facto! – o partido que, sozinho em alguns Concelhos, e em coligação com o CDS noutros, mais Câmaras tem arrecadado nos últimos actos eleitorais autárquicos. Mais, por norma, o partido que ganha Porto e Lisboa, ganha o resto do país.

 

Sabemos que, infelizmente para uns, felizmente para mim, Rui Rio tem tudo para voltar a vencer as eleições no Porto; e nas últimas eleições europeias o PSD foi o partido mais votado em Lisboa abrindo caminho – infelizmente para uns, novamente felizmente para mim – a uma possível vitória de Pedro Santana Lopes em Lisboa. Reunidas condições normais, eu aposto que o PSD ganha as próximas eleições autárquicas, e como dizia o outro, em condições anormais, também aposto que o PSD as vai ganhar.

 

Ora o que tem isto a ver com o prólogo deste artigo? Tudo.

 

É que se as contas são relativamente fáceis de fazer para as eleições autárquicas, já quanto às legislativas elas são mais complexas. E José Sócrates sabe disso. E Manuela Ferreira Leite sabe também. Sabemos que o resultado de umas eleições próximas de outras, podem influenciar o resultado das segundas. Então, com a vitória do PSD nas europeias o partido da social-democracia pode ver-se, neste momento, a discutir ombro a ombro as eleições para a Assembleia da República; se as eleições fossem no mesmo dia, então, com a onda laranja a pintar o mapa autárquico português, o PS podia ver sacrificado, por arrasto, o resultado das legislativas. Mas se as eleições forem separadas – como quer o PS – então uma ainda possível e, talvez, provável vitória socialista nas legislativas é que poderia eventualmente resultar num mal menor para o PS no resultado eleitoral autárquico de Outubro.

 

Jogos partidários à parte, defendo, como cidadão, que as eleições sejam realizadas em dias diferentes. Bem sei que o custo seria duplicado; bem sei que podia ter efeitos negativos na abstenção; mas também sei que pode gerar confusão aos eleitores terem quatro boletins de voto à sua frente num só dia: Assembleia de Freguesia, Assembleia Municipal, Executivo Camarário e Assembleia da República.

 

Mas também sei que José Sócrates e Manuela Ferreira Leite têm – e têm mesmo! – que fazer outras contas. E está aqui a razão por que não se entendem quanto à data das eleições. Resta saber o que decidirá o dr. Cavaco Silva. Tenho para mim que optará pela modalidade de eleições separadas. Vá lá saber-se porquê.

Por Don Corleone às 11:34
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