Terça-feira, 8 de Setembro de 2009

Dar cordinha aos sapatos!

 

Polémica instalada em Portugal. Ah! Como eu amo Portugal. Amo mesmo. Palavra. Somos um país com um clima de fazer inveja. Os nossos invernos passam a correr e os nossos verões – admitam lá! – são muito bons. Temos óptima gastronomia, óptimas praias e somos um país que deve pouco ao mínimo para ser desenvolvido.

 

É verdade que temos muitos desempregados, mas a malta já se conformou e sabe que isto é da conjuntura e que daqui a uns tempos vamos voltar ao velho período quasi cavaquista. Então e se a malta se quiser irritar com alguma coisa como é que faz? Seria uma pasmaceira de país se tudo fosse tão perfeitinho que ninguém tivesse ponta por onde pegar.

 

Mas cá nós, os portugueses puros e duros, somos artistas na arte do desenrascanço e logo á mínima merdinha arranjamos o que dizer. Ah! Pois, não. Vejam lá se esta não está muito boa. Vamos todos dizer mal disto: a dra. Ferreira Leite usou a viatura oficial do governo regional da Madeira. Pumbas! Aqui está uma grande polémica.

 

Agentes políticos do meus país, toca a fazerem uma pausa na discussão sobre os grandes investimentos públicos, sobre o desemprego, sobre a criminalidade, sobre a sustentabilidade da segurança social, sobre a saúde, sobre a educação et caetera e vamos partir a louça toda porque isto é inadmissível! A dra. Ferreira Leite lesou o Estado português. Aqueles 40 euros que gastou em gasolina na Madeira, olha que davam para matar a fome a muita gente. Ou não davam? Davam pois. Para já serviu para matar a fome daqueles que andavam aguadinhos por dizer estupidezes.

 

Raios partam os maldizentes.

Por Don Corleone às 15:16
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Segunda-feira, 8 de Junho de 2009

Europa III: a chaga dos Portugueses (uma análise diferente aos resultados das Eleições Europeias)


3) O Verdadeiro Vencedor das Europeias (que acabou no mesmo lugar que este tópico)

 

Apesar de dar os meus parabéns ao PPD/PSD, acho que este não foi o verdadeiro vencedore das Europeias. De facto houve um partido que, consistentemente e continuamente, sem lobbies sectários e com grande actividade seja política (a nível parlamentar) como cívica, ultrapassou uma grande barreira psicológica – a barreira dos dois dígitos, tornou-se na terceira força política, percentualmente, em Portugal e, está à espera da possibilidade de afirmar esta posição terceira a nível de eurodeputados – sem dúvida que o Bloco de Esquerda está a dar que falar.

 

Este pequeno partido (que nas suas primeiras eleições da história, também Europeias, teve pouco mais pouco menos aquilo que o MEP registou nestas eleições) está agora com níveis de representatividade na ordem dos 10% e está, progressivamente, a ver o seu estereótipo de partido crítico e inconformado de esquerdistas e neo-comunistas barbudos mudar para aquilo que este partido sempre foi (e a razão de ser um case-study político na Europa) – a esquerda moderna europeia de cidadãos informados e de variadas ideologias como uma neo-alternativa contra a corrupção e os poderes negativamente concentrados.

 

O Bloco tem vindo, desde a sua nascença politicamente conturbada a caminhar uma estrada com muitos adversários, desde a Direita (o ódio do CDS-PP e PNR) passando pelo Centralão (o ardor de calcanhares mordidos) até aos Comunistas, que sempre encararam o Bloco como o seu carrasco na sua morte lenta e dolorosa, mas apesar de todas as adversidades Miguel Portas, Marisa Matias conseguiram a sua grande campanha e eleição ao Parlamento Europeu (resta agora saber se os votantes do estrangeiro também querem permitir a eleição de Rui Tavares).

 

Resta agora saber se, os mui conhecidos debates internos sobre a sua posição relativamente ao poder poderão resultar numa grande formação de Partido Alternativa que um dia possa chegar a tirar o poder aos senhores da guerra de sempre. Eu acredito que sim!

Mood:: Esperançado
Música: Oasis - Wonderwall

Europa II: a chaga dos Portugueses (uma análise diferente aos resultados das Eleições Europeias)


 

2) O Efeito Sócrates/Ferreira Leite vs. O Efeito Vital Moreira/Rangel

 

Estas eleições, foram deveras surpreendentes e particularmente interessantes pois, para já a festa é farta pelos lados sociais-democratas, alimentada por uma espera de 11 anos, quando na realidade os seus resultados não são assim tão animadores. No entanto estes 30% são, talvez, os resultados mais intrigantes a que já assisti. Ora então porque?

 

Primeiro, fica a grande dúvida se este resultado foi um efeito duma real (e louvável) concentração de atenções junto dos cabeças de lista às Europeias, e assim devendo-se a uma justa e clara avaliação, pelo menos, dos seus discursos; ou então se terá sido apenas um desabafar político do descontentamento da governação de José Sócrates nos últimos anos.

 

Ou seja, fica por saber se esta vitória do PSD se deve a uma pseudo-brilhante campanha de Rangel acompanhada de uma quantidade propagandista de má qualidade a Vital Moreira ou se, por sua vez, se deve à vingança dos Portugueses por José Sócrates. Apesar de achar que a verdadeira razão é a segunda (pois obviamente o povo português pouco ou nada esteve interessado nestas Europeias e nas suas consequências), resta falar sobre uma grande problemática que são as Legislativas. Se, de verdade, houver muito atrito a José Sócrates (como estes resultados provaram), o que acontecerá nas Legislativas? Será que os Portugueses continuaram a definhar o seu PM quando a alternativa for a mui odiada Manuela Ferreira Leite?

 

Apenas poso dizer que umas eleições que todos estariam à espera que fossem uma “sondagem” para as Legislativas e para as Autárquicas, acabaram por ser um turbilhão de probabilidades para o futuro.

Música: Yeah Yeah Yeahs
Mood:: Confuso

Europa I: a chaga dos Portugueses (uma análise diferente aos resultados das Eleições Europeias)

UE

 

"Surpreendentemente Positivas" e "Surrealmente Negativas" são as únicas expressões que consigo utilizar para descrever estas passadas Eleições Europeias, que culminaram com o início de uma pequena-grande alteração política partidária em Portugal e que se afirmaram como uma verdadeira chaga para muitos dos senhores dessa vida.

 

Antes sequer, de falarmos de resultados temos obviamente de referir os patéticos níveis de abstenção que registamos nestas eleições. Vejo todos os partidos (menos o PS e o MMS) a festejarem com os seus resultados, e pouco ou nada se importando, relegando muitas vezes para notas de rodapés nos seus discursos a fraca participação dos cidadãos europeus (de Portugal). Parece que nem o apelo do Presidente da República, Cavaco Silva, resultou no tirar de rabinhos de compatriotas nossos dos seus sofazinhos para decidirem qual a representação política portuguesa num órgão que, à medida que a Europa navega pelas águas do federalismo, vê o seu grau de importância aproximar-se ao das legislativas. Mas falarei melhor sobre este assunto no meu próximo artigo.

 

Ao invés da normalidade de um artigo, vou lançar os tópicos da minha análise em diferentes posts, aqui indo o pequenino primeiro:

 

1) Duelo do Centralão:

 

Sem dúvida alguma que não houve eleições europeias na história em que mais “facadas e arranhões” se viram entre o PS e o PSD. Choveu uma torrente de ataques e defesas às políticas do Governo de José Sócrates, às posições do PS parlamentar em relação ao Governo, às metodologias de oposição de Manuela Ferreira Leite, das expressões e expressionismos de Vital Moreira e de muitas outras “merdices” (ou seja, discursos derivados de merda, à falta de melhor palavra) que nada tinham a ver ou contribuíam para um discurso saudável sobre a representatividade portuguesa na Europa.

O que resultou daqui foi, obviamente, um desastroso resultado para o “Centralão” tendo tido votos roubados pela panóplia de restantes partidos, que nestes começam a ver uma alternativa à corda-bamba governamental dos últimos 35 anos. Finalmente parece que estamos a assistir o cansaço e descontentamento dos votantes Portugueses da política de mal-dizer e de oposição infundamentada e insustentada destes dois partidos e apenas espero que esta se reflita numa saudável e muito importante mudança nas Autárquicas, em que os lobbies partidários menos força têm na população.


Música: Lily Alen - The Fear
Mood:: Intrigado
Sábado, 17 de Março de 2007

Medo Do Passado!

Eu sou de e da Esquerda! Foi um facto que eu descobri cedo numa altura em que me considerava apartidário e apolítico devido às barbaridades lobbyistas que na altura eu considerava ser a política nacional. No entanto hoje, porque defendo os valores da Esquerda em que acredito, sinto me triste por existir ainda um Medo do Passado e com vergonha de existir uma Esquerda que ache que esse passado deve ser esquecido.

 

Se há um nome que ainda provoca arrepios nas espinhas portuguesas é este: Salazar. Este autor de um dos regimes ditatoriais mais longos da história mundial é ainda a raiz de um injustificado medo que o lembra na pele. É, indiscutivelmente, verdade que se deve lembrar o passado de modo a melhor lidar com os obstáculos que o futuro nos impõe, no entanto esta premissa tem recentemente sido esquecida por alguns Esquerdistas portugueses ultimamente.

 

Este Salazar que todos nós conhecemos, nasceu numa terra chamada Stª Comba Dão e a sua casa ainda lá permanece. Esquecendo ideologias e opiniões este Salazar foi sem dúvida uma coisa: um Português marcante. O seu nome aparece em todos os livros de História e teve uma incomparável influencia nos desígnios do país. Portanto é completamente inconcebível usar um instrumento (que lhe era muito querido nos seus dias), como a censura, para tentar apagar a memória do seu 'legado'. E foi, clara e absolutista censura, quando a RTP não o incluiu inicialmente na lista dos "Grandes Portugueses" e está a ser, idiota e opressiva censura, as recentes acções de certos (falsos) "Esquerdistas" ao tentarem que não seja construida um museu em memória de Salazar no local da sua antiga casa. O leitor mais superficial pode achar compreensivel que um "Esquerdista" não ache certo fazer-se um museu em honra daquele que foi o simbolo da ditadura do "Estado Novo", no entanto a Esquerda é uma afluência de correntes que se baseia, entre muitas, na premissa da liberdade e expressão. Uma liberdade de expressão não discriminatória que não distinga tipos de discurso e que seja um direito de toda a gente. Assim é justo pensar que muitas pessoas acham Salazar o "Grande Português" (apesar de eu ou esses tais falsos Esquerdistas não acharem) e como tal têm o direito de exprimir as suas opiniões nessa votação, tal como têm direito de se exprimir em manifestações de apoio Salazarista, de erguer Museus em honra de Salazar onde fora sua casa e até de estabelecerem partidos politicos de ideologia fascista (ao contrário do que a discriminatória lei Portuguesa diz). Afinal, o que foi o movimento para impedir que a antiga sede da PIDE fosse convertida num parque de estacionamento para ser construido um museu para lembrar as atrocidades por ela cometida durante o regime do "Estado Novo" senão um clara demonstração da Liberdade de Expressão não discriminatória?

 

O que estes falsos Esquerdistas pensam é que a melhor maneira de lidar com Salazar é enterrá-lo bem fundo para que nunca seja recordado, no entanto, quanto mais forem lembradas as atrocidades por ele feitas mais fácil será evitar e lidar com situações semelhantes no Futuro e mais fácil será enfrentar aquilo que muitos Portugueses ainda sentem: esse Medo do Passado!

Mood:: Com Vergonha
Música: TV On The Radio - Young Liars

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