José Sócrates é um primeiro-ministro sério. Muito sério. Eu diria, até, num exercício de bondade profunda, que José Sócrates tem aos ombros um grilinho falante, qual consciência, que lhe diz o que está certo e errado para não desiludir Gepeto.
Mas o que, tendo isto como mote, me apraz dizer hoje é seguinte:
A política de saúde de José Sócrates nos últimos quatro anos foi fechar hospitais e maternidades por esse interior fora. Uns atrás dos outros. Agora a última bandeira política propagandeada através dos jornais de ontem é que José Sócrates lança a primeira pedra para o novo hospital de Amarante.
Aquela do grilo falante faz lembrar alguma coisa, não faz?
2) O Efeito Sócrates/Ferreira Leite vs. O Efeito Vital Moreira/Rangel
Estas eleições, foram deveras surpreendentes e particularmente interessantes pois, para já a festa é farta pelos lados sociais-democratas, alimentada por uma espera de 11 anos, quando na realidade os seus resultados não são assim tão animadores. No entanto estes 30% são, talvez, os resultados mais intrigantes a que já assisti. Ora então porque?
Primeiro, fica a grande dúvida se este resultado foi um efeito duma real (e louvável) concentração de atenções junto dos cabeças de lista às Europeias, e assim devendo-se a uma justa e clara avaliação, pelo menos, dos seus discursos; ou então se terá sido apenas um desabafar político do descontentamento da governação de José Sócrates nos últimos anos.
Ou seja, fica por saber se esta vitória do PSD se deve a uma pseudo-brilhante campanha de Rangel acompanhada de uma quantidade propagandista de má qualidade a Vital Moreira ou se, por sua vez, se deve à vingança dos Portugueses por José Sócrates. Apesar de achar que a verdadeira razão é a segunda (pois obviamente o povo português pouco ou nada esteve interessado nestas Europeias e nas suas consequências), resta falar sobre uma grande problemática que são as Legislativas. Se, de verdade, houver muito atrito a José Sócrates (como estes resultados provaram), o que acontecerá nas Legislativas? Será que os Portugueses continuaram a definhar o seu PM quando a alternativa for a mui odiada Manuela Ferreira Leite?
Apenas poso dizer que umas eleições que todos estariam à espera que fossem uma “sondagem” para as Legislativas e para as Autárquicas, acabaram por ser um turbilhão de probabilidades para o futuro.
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